segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Quando as palavras invadem o calendário...

A segunda quinzena de outubro, normalmente trás consigo o encantamento das palavras a muitas cidades da região metropolitana e a própria capital... neste período acontecem as Feiras do Livro em varias cidades, uma festa não só para as letras mas para diversos ramos de cultura pois aproximam da literatura, teatro e musica pessoal que normalmente não tem acesso ou tem pouco interesse por estes assuntos. E mais importante que isso, possibilitam a formação de um novo publico pois é o momento (na maioria das vezes o único do ano) em que pais e escolas levam as crianças para terem um contato direto com livros, autores, teatro, musica e todas as manifestações culturais possíveis e imagináveis que podem acontecem dentro de uma Feira do Livro...

Admito que sou saudosista... sinto falta da Feira do Livro dos meus tempos de adolescente (não lembro de ir a feira quando criança) ela tinha uma magia diferente, tinha menos organização e produção contudo tinha mais poesia. Claro que a maioria das Feiras hoje são eventos comerciais onde livreiros e grandes editoras ocupam a maior parte dos espaços nem sempre com o melhor mas sim como que pode vender mais ... Mesmo assim ainda são eventos muito importantes que nos permitem tirar-lhes o que tem de melhor e continuam causando encantamento as crianças que ali tem a oportunidade de ter, muitas vezes, seu primeiro contato com livros e teatro.

Acabei fazendo um pequeno circuito por algumas destas Feiras do Livro. 

De 20 a 25 de outubro aconteceu a 29° Feira do Livro de Gravataí, uma feira pequena que acontece no espaço de uma quadra na praça central da cidade, bem em frente da Igreja. Estive na feira na tarde de sexta-feira, dia 23/10 onde aconteceu uma conversa dos alunos de escolas ali presentes com o escrtitor o jornalista Luis Dill e depois acompanhei a apresentação do Ato Espelhado Cia. Teatral com o espetáculo O Outro Lado do Buraco com o Teatro da Feira lotado de escolas previamente agendadas, por que essa também é uma características das nossas feiras do livro... as tardes, de segunda a sexta são das escolas e isso é muito bom pois as crianças tem a possibilidades de vivenciar novas experiencias. A peça O Outro Lado do Buraco tem uma temática ambiental com linguagem acessível que estimula a separação do lixo de maneira divertida. A Cia. Ato Espelhado trabalha com esta peça O Outro Lado do Buraco a mais ou menos 6 anos e  já conquistou mais de 20 mil espectadores pela capital e mais de 40 municípios do interior do Estado. As crianças que estavam presentes na feira e assistiram a apresentação se divertiram muito e interagiram com os atores durante a apresentação. Ainda em Gravataí estive na Feira no sábado  a noite  e a primeira coisa que chama  a atenção é o publico que visita a feira a noite, as escolas dão lugar a famílias completas, pais, avós, crianças das mais variadas idades, grupos de jovens, o local se torna uma agradável e saudável ponto de encontro de velhos e novos amigos para noites quentes de outubro. A noite de sábado  foi dedicada a musica, o teatro da feira estava lotado com um publico ansioso por escutar o Show se Amores e Samba de Glau Barros, que encanta com sua voz e presença de palco. Estava em casa, a maior parte do publico ali presente conhece a admira sue trabalho tanto como cantora como atras e aos desavisados que não conheciam seu trabalho saíram de lá encantados. Hoje as bancas das feiras são padronizadas e de modo geral todas disponibilizam as mesmas publicações, com uma que outra variação mas na feira de Gravataí cabe destacar a banca de Denise Medonha Produções que além de trazer alguns títulos diferenciados e exclusivos também inovou na decoração do lugar...os grandes óculos vermelhas davam um charme especial para a banca.














 A 33° Feira do Livro de Novo Hamburgo aconteceu de 27 a 31 de outubro e pela primeira vez não ocorre na praça central de cidade e sim no Centro de Eventos da Fenac dividindo espaço com a Mostratec de aconteceu de 26 a trinta de outubro, dividindo espaço e minimizando gastos além de oportunizar a visitação de um mesmo publico nos dois eventos. Estive em Novo Hamburgo no dia da abertura da feira, a convite do poeta Mario Pirata que a noite participou da apresentação do Bataclã FC e os Mastigadores de Poesia. Aproveitamos para nos aventurar um pouco pela Mostratec, feira internacional de tecnologia com a participação de varias empresas e universidades e onde ocorre também a Mostratec Junior uma feira de criatividade e pesquisa de incentiva alunos de escolas da região do Vale dos Sinos a desenvolver e apresentar projetos de pesquisa. Foi muito interessante ver o empenho e dedicação de algumas crianças em apresentar suas pesquisas. Mesmo já tendo visto alguns videos no Facebook e conhecendo um pouco do trabalho do Richard Serraria esta foi a primeira vez que assisti ao Bataclã ao vivo e gostei muito desta combinação de musica em uma grande variedade de sonoridades e poesia é sensacional...musica e poesia são uma combinação perfeita.














 E esta sexta-feira, dia 30, teve inicio a 61° Feira do Livro de Porto Alegre, com toda sua pompa de grandiosidade, a feira de Porto Alegre é sempre um grande acontecimento e tem grande projeção nacional, a feira vai até dia 15 de novembro e tem muita coisa para acontecer. Estive na feira no domingo a tarde, haviam dois eventos importantes que me interessavam, escutar o bate papo de Kleiton e Kledir sobre seu mais recente trabalho Com Todas as Letras onde fazem parceria com grandes escritores em uma bela união entre musica e literatura e finalmente, o momento mais esperado do dia, ver Alceu Valença falar não de sua musica, mas apresentando seu livro de poesias O Poeta da Madrugada, é claro que muitos dos que ali estavam buscavam ver o cantor e compositor, foram pela referencia musical dele mas não se decepcionaram com o fasto dele não ter cantado, na verdade, não fez  nenhuma falta, Alceu falou de suas referencias, suas vivencias, sua poesia, deu um show a parte com suas histórias deixou a todos boquiabertos e fascinados, todos parecíamos crianças(e me incluo entre eles) olhos brilhantes e fixos naquele personagem tão fascinante. Demétrio Xavier que deveria ser o moderador da conversa mas na maioria das vezes vou apenas mais um ouvinte com aquele olhar de encantamento para aquele homem tão fascinante e encantador. Eu particularmente não saberia como descrever de maneira fidedigna a experiencia que vivemos durante um pouco mais de uma hora no auditório Carlos Urbim, poderíamos ter passado horas a fio ali e não sentiríamos o tempo passar, como já comentei com o Demétrio Xavier, acho que o nordeste nunca esteve tão próximo do Sul da Terra como esteve na noite de domingo dentro da programação de feira do livro.




















































Um comentário:

  1. Muito legal esse teu registro. Só não estive na feira do livro de NH, dessas três. No domingo fui também numa palestra de um ciclista de Curitiba que atravessou o continente africano de bicicleta. Bem legal também.

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