quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

No aconchego da Sombra o mundo se transforma



No ultimo sábado, dia 23, estive circulando pelas atividades do Fórum Social Mundial 15 anos na Redenção e no Parque Harmonia onde estava localizado o acampamento do fórum e foi lá no Harmonia que encontrei Eliane Bruél, Artista Plastica com formação em Arteterapia e sua Sombra Portátil.  

Conheci Eliane e  a Sombra Portátil no inicio de 2015 em um evento dentro do Complexo Arquitetônico e Cultural Vila Flores e desde o primeiro momento me chamou muita a atenção. Conversando com Eliane descobri que a "Sombra Portátil" foi idealizada em 2013 na 9° Bienal do Mercosul para participar do projeto AGUAIBA - Um dia de praia, proposto pela artista Ana Laura López de la Torre.
A cada montagem da Sombra Portátil se configura em um novo desenho, conforme a idealizadora "o espaço-tempo da Sombra é interativo e reinventa uma prática onde os encontros, diálogos e trocas sensíveis impulsionam esta ação."
A Sombra é construída com sombrinhas encontradas na CEAR- Cooperativa de Educação Ambiental e Reciclagem Sepé Tiaraju, apoiadora do projeto, no lixo da cidade e doadas por amigos,  dessa forma a Sombra Portátil convida o observador a dar-lhe vida.

A sombra encanta pelo seu colorido e forma "mutante", é um exemplo de reaproveitamento consciente e sustentabilidade isso sem falar na rede colaborativa que esta se formando ao redor do projeto. Já existe campanha no Facebook para arrecadação de sombrinhas, eu admito, desde que conheci o projeto tenho o impulso de recolher toda sombrinha quebrada que encontro na rua. A Sombra é um projeto artístico, na minha opinião é arte viva, que se relaciona diretamente com os indivíduos, convida a socialização e a reflexão, cada pessoa tem a possibilidade de interagir consigo e com seu entorno. Desde a sua montagem ela exige a colaboração de varias pessoas para coloca-la de pé o que incentiva a interatividade e socialização dos indivíduos  em torno dela. A sombra age de maneira funcional e efetiva como um dispositivo relacional, gera encontros casuais e momentos de socialização, ela é uma intervenção publica que se abre (literalmente) ao dialogo, a discussão e a reflexão, durante o Fórum muitas pessoas passaram por lá, pessoas de diversas regiões do Brasil e  de outros países, o chimarrão  e a musica sempre estiveram presentes embaixo da sombra e muitas vezes o som que começava ali seguia para o espaço cultural do acampamento, teve MPB, rock e hip hop,  como Xandão e Felipe Neves e o NaDo. 

No sábado, enquanto estive lá, além de um pic nic idealizado pela amiga Lucimara Santos, a Sombra recebeu a visita de Josevaldo Aparecido da Silva, representante do movimento de rua de São Paulo apresentando e trazendo a discussão as Diretrizes da Politica Nacional dos Moradores de Rua  e a Politica Nacional de Inclusão Social para a População em Situação de Rua,  
O que pude perceber nas duas vezes em que estive embaixo da proteção da sombra, e foram em locais e situações bem distintas, com públicos diferentes, é que a sombra aproxima e incentiva o dialogo e a interação entre as pessoas, parece que seus tons e cores alegres permitem que as pessoas se desarmem e se sociabilizem de maneira mais espontânea... Sobre a proteção das alegres cores da Sombra Portátil as pessoas se desarmam e de certa forma se humanizam é necessário levar este projeto para mais lugares e fazer com que mais pessoas conheçam e sintam o poder humanizador desta sombra.

 

 
 Foto Acervo Eliane Bruél 
Foto acervo Eliane Bruel





Foto acervo Eliane Bruel
 





Foto acervo Eliane Bruel

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Fotografia é o Foco... Projeto Arte no Café




O Café do MARGS tem o Projeto Arte no Café com curadoria de Fabio Andre Rheinheimer  que abre espaço para exposições... só fotografias! Este belo projeto, um dos poucos espaços exclusivos para exposições de trabalhos fotográficos na cidade esta completando um ano e para comemorar nove professores da Escola Câmera Viajante estão mostrando seus olhares nas paredes do Café...

A exposição abriu no dia 19 de janeiro e na quarta-feira passada, dia 20, aconteceu um Vernissage com a presença dos artistas e contou com a presença de um bom publico, a grande maioria admiradores e apaixonados pela arte da fotografia. 
Sim, fotografia é arte pois mesmo que seja documental e sem nenhum tipo de tratamento especial, retrata um olhar particular, a visão de uma unica pessoa para aquele momento. Assistindo a algum tempo atras o documentário O Sal da Terra, logo no inicio Sebastião Salgado faz um comentário onde afirma que se colocar vários fotógrafos registrando o mesmo fato todas fotografias serão diferentes pois em cada uma delas terá a gama de individualidade, das vivencias, experiencias e sentimentos daquele fotografo (não estou fazendo uma citação das palavras dele, apenas reproduzindo com minhas palavras a ideia ali transmitida). 
Cada vez que visito uma exposição de fotografias percebo como o olhar do artista da toda a intensidade e mostra uma nova perspectiva para, muitas vezes, um fato corriqueiro do dia a dia... A imagem fala sozinha, a imagem quase que se faz poesia, e nesta exposição onde cada um dos professores do Câmera Viajante apresenta um de seus trabalhos isso fica bem evidente (pelo menos na minha opinião) a diversidade de temas, estilos e imagens me encantaram e comoveram. 
Nenhuma fotografia que coloque aqui vai conseguir reproduzir o que tento explicar em palavras... recomendo que, em uma passadinha pelo centro histórico tirem pelo menos vinte minutos do seu tempo e entre no Café do MARGS e vejam as imagens com seus próprios olhos, vivam esta experiencia, a exposição estará aberta atá 13 de março de 2016. E digo mais, ao invés de vinte minutos do seu tempo, tirem umas duas horas e transitem vagarosa e atentamente por todo o Museu, tenho certeza que não irão de arrepender da experiencia. 


 


 


 



Adriana revira e volta... Mostra que Deffenti é sempre diferente!


Semana passada o Musical Evora no Foyer do Theatro São Pedro assistir o Show Revira e Volta de Adriana Deffenti, Angelo Primon e Marcelo Corsetti. Nossa! Que trio espetacular!!! 


Já na primeira musica Adriana toca flauta doce, a partir dai dá um show com a voz, canta em português, inglês e espanhol, toca castanholas, rabeca, brinca com o violão e ensaia uns passinhos de dança. Nos surpreende a cada canção. Sem duvida alguma, Adriana, que começou sua formação musical dentro do Projeto Preludio (projeto ligado a escola de musica da Universidade Federal de Rio Grande do Sul) é uma artista completa e inquieta, tem uma formação multicultural e transita talentosamente nas sonoridades de um ou vários instrumentos musicais, tem em sua voz uma força e versatilidade  que surpreendem, tem composições próprias, dança e atua se a ocasião pede... Foi ao ouvir a versão de Sapatos de Copacabana de Vitor Ramil, esta no primeiro disco, que me encantei e me interessei por conhecer mais dessa grande artista.
  

  

Acho que comecei a acompanhar o trabalho de Marcelo Corsetti nos Blackbagualnegoveio a cada show que assistia do Bebeto Alves, Corsetti é um grande musico e produtor musical, é aquele cara quietão, que não chama atenção no palco, pra quem olha desatentamente dá a impressão de ser só um musico base... mas o cara é fera! Esta atento a tudo e tem total domínio de tudo que esta a sua volta. já tocou com diversos artistas,  produziu discos de nomes importantes da nossa musica (inclusive, os dois discos da Adriana Deffenti) e tem um trabalho instrumental de grande qualidade.
  
  
Angelo Primon é um grande guitarrista e violinista... Tem uma personalidade e versatilidade musical que o permitem transitar dentro da mais variadas tendencias musicais, dendo gravado com diferentes artistas e participado de vários festivais. Além de grande instrumentista, é compositor autodidata e já assinou arranjos e direção musical de diversos espetáculos de teatro e dança bem com trilhas para cinema. Em diversas ocasiões recebeu indicação para o Premio Açorianos de Musica como melhor instrumentista, sendo que, em 2005 o CD Mosaico recebe o Troféu Açorianos de Musica nas categorias melhor CD Instrumental e Espetáculo do Ano.

  
  

Colocar estas três "entidades" no mesmo palco só pode dar coisa boa... Adriana mostrou algumas de suas composições além de cantar musicas de Nei Lisboa, Gustavo Cerati, Jimmy Page e Robert Plant, Eduardo Mateo e alguns outros. Houve vários momentos em que me senti comovida e emocionada mas foi Capitu e El Tunge Le as musicas que mais me tocaram neste show... foi algo sensacional, Adriana Deffenti sempre surpreende!!!