domingo, 16 de outubro de 2016

Homens desgovernados, humor de perto




Depois de passar por dificuldades técnicas com computador e internet é  hora de falar sobre homens, mas não vou falar sobre qualquer homem, vou falar sobre três grandes artistas com uma grande trajetória individual e que juntos conseguem nos fazer rir do cotidiano e principalmente de nós mesmos.
Vamos um por um.
 Oscar Simch tem aquela tradicional voz de locutor de radio e durante muito tempo vez parte do elenco e produção do programa infantil Pandorga da TVE -RS, parte da infância de varias gerações e talvez seja, na minha opinião uma das melhores produções infantis realizadas pela televisão aberta em todo o país. Oscar estudou música e tem um repertório de musicas  próprias tendo, inclusive, se apresentado com shows autorais em alguns bares da cidade. é muito atuante no teatro como ator, diretor e produtor e no cinema também.
José Victor Castiel começa a fazer teatro ainda no colégio, profissionalmente sua estreia foi na peça A Verdadeira História de Édipo Rei em 1985, ficando quase quatro anos em cartaz.  Zé Vitor trabalhou com Julio Conte e depois de vários filmes e programas na RBSTV passou a integrar o elenco da rede globo participando de varias telenovelas e minisséries mesmo continuando vivendo e fazendo teatro em Porto Alegre. Em 2001 escreve e publica o livro A Morte de Clóvis (L&PM Editora)  com cronicas, memorias e histórias do teatro gaúcho. Foi responsável pela direção artística do Teatro do IPE de 2005 a 2007, casa de espetáculos tradicional na cidade que hoje se encontra fechado e em estado de abandono, também é um dos principais idealizadores e produtor do Porto Verão Alegre que acontece desde 1999.
Rogerio Beretta estudou Artes Cênicas na UFRGS e quatro anos depois recebeu uma bolsa de estudos na Espanha onde fica por sete anos. Em 1995 retorna ao Brasil e atua como ator, produtor, diretor e professor de teatro. Faz parte da produção e organização do do Porto Verão Alegre assim como o Circuito Gaúcho de Teatro e a Mostra de Inverno. Já recebeu diversas indicações e prêmios por seus trabalho no teatro. Como diretor se destacam trabalhos como Esperando Godot, La Isla Amarilla, A Lição, Amigas do Peito. No cinema e vídeo fez parte das produções Neto e o Domador de Cavalos, A Ferro e Fogo, Diário de um Novo Mundo e Bola de Fogo entre outros.
Durante vários momentos de suas trajetórias individuais estes três talentosos atores se encontraram mas foi em 2003, que o trio estreiou a comédia Homens de Perto, que se transformou em em dos maiores sucessos de publico do teatro gaúcho. No inicio era uma comedia de costumes, uma divertida visão do universo masculino, uma sátira ao mundo machista, tentando mostrar que tudo que as mulheres pensam e falam dos homens esta totalmente certo. A ideia deu tão certo que este ano estreiaram Homens de Perto - Desgovernados, aproveitando o atual momento politico nacional que, depois de alguns anos, volta a ser uma grande opção de assuntos para um humorista, o espetáculo tem a direção de Nestor Monastério e textos de Artur José Pinto. 
Já havia assistido Homens de Perto I e II,  talvez pelo tema politica abordado neste novo trabalho ele me agradou muito mais... os improvisos são constantes e até quando algo foge do controle consegue ser contornado com muita naturalidade, é bom ver como eles se divertem fazendo as cenas e realmente ruem muito uns dos outros.
Tive oportunidade de assistir a peça em Gravataí no final de setembro, em determinado momento eles induzem o publico a se manifestarem, dizer sobre o que querem protestar... senti que os tres artistas queriam escutar um FORA TEMER vindo da plateia, ouve uma insistência nesse momento, mas como não deu resultado foram para o plano B e seguiram o espetáculo, talvez a maioria das pessoas não tenha se dado conta disso, como também não se deram conta de que a entrada do diretor no palco no inicio do espetáculo não estava programada,  que o Oscar realmente esqueceu a musica e não conseguia iniciar a cena...tudo isso aconteceu sem nenhum constrangimento e com muita diversão.
Em alguns momentos rir é o melhor remédio afinal, mesmo eu querendo e esperando outra solução o fato é que , o que não tem remédio...remediado esta.