quinta-feira, 26 de maio de 2016

Elementos Urbanos, a exposição que mostra o que a maioria Não quer ver...

Esta aberta até o dia 11 de junho  na sala Arquipélago (sim, creio que a sala do térreo é a Arquipélago...) do Centro Cultural Érico Veríssimo CEEE a Exposição Xadalu Elementos Urbanos, que também faz parte do Palco Giratório Sesc. Fui conferir a abertura dia 06/05 e depois voltei lá mais algumas vezes, sempre com uma amiga diferente. A exposição me causou um impacto muito forte, algumas imagens me comoveram muito, causam um choque e levam a uma reflexão do nosso dia a dia. Esse é o motivo pelo qual toda semana procuro levar uma pessoa diferente para ver o trabalho de Xadalu.

Cada pessoa que convido para ver a exposição tem uma reação, mas a primeira que observo e que é comum a todos é a surpresa e o choque em ver um cotidiano que normalmente se faz "vistas grossas" , que não se quer ver, dentro de um espaço de arte. Depois deste primeiro choque as pessoas relaxam e ficam mais a vontade, observam com atenção quadro a quadro, refletem sobre nosso cotidiano e o mais importante de tudo é que consigo perceber a mudança no olhar da pessoa quando sai da exposição, busca aqueles elementos que antes não queria ver para identifica-los, passa a ter um olhar mais dócil e afetuoso com o elemento marginal, tem um olhar menos hostil a essa realidade cotidiana. 
Xadalu de uma manifestação artística, um personagem - aquele indiozinho simpático que invade as ruas de Porto Alegre e que hoje também faz parte das ruas de outras cidades do pais e do mundo - se tornou a uma segunda personalidade do artista gráfico Dione Martins, hoje Dione é Xadalu.

A arte de Dione é simples, enxuta e principalmente engajada. Tem uma grande preocupação com a temática indígena, questões politicas - onde não esconde sua opinião, a preservação da natureza e tenta,  em suas obras dar voz, de alguma forma, a todos aqueles indivíduos invisíveis que circulam pela cidade e que a maioria das pessoas faz questão de não ver.

Na exposição Elementos Urbanos Dione ou Xadalu não usa apenas as ruas para se manifestar, é das ruas que retira os elementos da sua criação, faz uma imersão pela cidade, e se depara em seu percurso com o cotidiano da marginalização social e é neste universo que surge esta exposição


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quinta-feira, 12 de maio de 2016

'GAIAH' já esta nas rádios ...fiquem atentos

Já está tocando em algumas rádios do estado  o novo single do cantor e compositor Edgar Parobé, Gaiah...  mas não se limitem a esta musica, recomendo que façam uma pesquisa e descubram o que mais Edgar Parobé tem a oferecer.
Foi na cidade de Rio Grande que o compositor e interprete começou na musica em 2001, primeiro com bandas covers para depois começar a trabalhar com suas próprias composições, e visível que as maiores influencias deste musico sempre foram o rock e o reggae, é normal que cada artista tenha algumas influencias bem perceptíveis, Parobé tem identidade própria e personalidade, mesmo sendo um artista jovem em inicio de carreira tem uma imagem bem definida para seu trabalho, mescla suas influencias e faz algo que é seu.
Em 2013 ao lado do lendário Claudinho Pereira (o que já é um tremendo cartão de visitas) produziu seu primeiro EP com cinco temas, a musica título Felicidade no Ar é uma parceria com Lico Silveira é uma musica leve e cheia de esperança, enquanto que Tudo Bem diz em sua letra "não a como tentar fugir , a morte faz parte do jogo e só deus me convém...Tudo bem" e ainda tem neste mesmo EP a musica O Santo que me chamou a atenção desde a primeira vez que escutei pois "o santos escondeu os seus pecados e apagou o seu passado para tornar-se santo..." Esse primeiro trabalho de Edgar já deixa bem clara a diversidade de ideias e sentimentos que passam pela cabeça desse rapaz tão talentoso e inquieto.  

Em 2015 lança seu segundo EP , esta vez por uma gravadora europeia a Music In My Soul chamado O Que Ha de Bom e apresenta a mesma inquietação e diversidade do primeiro EP, Gaiah é a primeira musica a ser trabalhada deste disco, talvez por que Gaia venha da mitologia grega, a deusa mãe, a terra, grande força geradora, portanto, a escolha desta musica para começar a divulgar este novo trabalho tem toda uma simbologia.

  
Semana passada estive no Carmelita para o lançamento do single desta musica e pude ver, ao vivo, em uma apresentação bem intimista, voz e violão não só a musica Gaiah, como outras composições de Edgar e algumas interpretações de musicas de outros compositores. A apresentação contou com a participação do musico Eddie Casser Timotheo e de Lico Silveira que além de cantar Felicidade no Ar com Edgar ainda mostrou um pouco do seu trabalho solo, foi um encontro de amigos, uma confraternização.

  
Das musicas de outros músicos que Edgar cantou tenho que admitir que duas me chamaram a atenção, a versão que fez para uma musica de Amy Winehouse e uma palinha de um clássico de Janis Joplin, de alguma forma consegui perceber na interpretação dele a mesma dor e solidão que sempre senti na interpretação destas duas grandes cantoras, percebi que ele tem a sensibilidade necessária para entender o que elas não diziam, o que estava oculto nas entrelinhas, no silencio dentro das canções destas duas mulheres e isto na minha opinião é mérito de poucos. 

  
Edgar Parobé além de ser um excelente compositor é um interprete de respeito pois consegue sentir em si o que vai além da letra e melodia das canções dos outros, ele tem a sensibilidade necessária para chegar aos sentimentos...

  

















segunda-feira, 9 de maio de 2016

Mais uma vez poesia e musica se unem em perfeita harmonia...

Acompanhando as noticias li sobre a apresentação do Musical Cantos de Linho, de Lã - poemas cantados de Dilan Camargo na feira do Livro de Montenegro que aconteceu na ultima sexta-feira, dia 06/05.
Este musical é um belo projeto que tive oportunidade de assistir no Centro Cultural da Santa Casa no ultimo dia 30/04, e fiquei muito impressionada pelo impacto que causa nas crianças.
A estreia deste espetáculo aconteceu no final de 2014 e desde então tem entrado no circuito de eventos culturais da cidade. Foi idealizado por quatro professores de musica de diferentes escolas da cidade, Beto Chedid, Thiago Di Luca, Pingo Borel e Bruna Espinosa que pesquisando os livros infantis de Dilan Camargo, que em 2014 havia sido indicado ao premio Jabuti de Literatura, perceberam quanta musicalidade havia nas poesias. São 14 canções nos mais variados ritmos brasileiros, apresentadas de forma lúdica, interativa e muito divertida onde pais e filhos tem participação ativa durante todo o espetáculo. As crianças são convidadas a cantar e brincar com as palavras, a apresentação ainda tem contação de histórias e intervenção cênica, apresentando personagens conhecidos e carismáticos do universo de Dilan.
Dilan Camargo é um escritor premiado e reconhecido por seus livros infantis e adultos, a facilidade natural em musicar os poemas infantis de Dilan talvez seja porque ele também tem uma carreira consolidada como letrista e ja participou de festivais de musicas nativistas. 
Os versos indicam o clima da musica, a sonoridade e a métrica ajudam. O espetáculo percorre os ritmos de diferentes regiões que incluem o xote, maracatu entre outros. 
E muito bonito ver a maneira como o espetáculo flui, a maneira como as crianças interagem com o quarteto no palco que canta e utiliza instrumentos como a flauta doce, chocalho, gaita, cavaquinho, viola, surdo, tambor e pandeiro. 
Uma das coisas que observei e que me impressionaram muito foi a reação das crianças menores, ver meninos e meninas de 3 a 9 anos participar e interagir com o musical é, de certa forma natural mas a reação dos bebes, crianças com menos de 2 anos durante o show me emocionou muito, os olhos destes pequeninos brilhavam muito provavelmente em suas primeiras experiencias dentro de um teatro...
Contos de Linho e Lã tem algo único e encantador, mexer com a imaginação e a fantasia das crianças, incentiva-las a aprender brincando ver os pequeninos encantados é uma experiencia motivadora para um observador, é um trabalho que merece ser visto por muitas outras crianças em muitos outros lugares, seja em feiras do livro. teatros ou parques...









  
                                                 




segunda-feira, 2 de maio de 2016

Tem Amores, Sambas e Novidades!!! ...


Neste sábado, dia 30/04, fiz uma verdadeira maratona cultural  o que me rendeu uma grande quantidade de fotos e muito o que comentar... mas vou começar pelo final, o evento onde fechei a noite.

Acompanho o trabalho de Glau Barros a algum tempo, já escrevi sobre o trabalho que ela desenvolve, seu carisma e talento, pois terminei meu sábado no Bar do Marinho assistindo o Show de Amores e Sambas, projeto que Glau vem desenvolvendo desde meados do ano passado e não importa quantas vezes eu assista sempre me emociona e comove. 

Esta vez não foi diferente, a emoção foi ainda maior pois além das musicas já tradicionais deste trabalho com sambas e compositores que tem grande autoridade para falar do amor em todas as suas formas e vertentes  Glau trouxe ao palco cinco musicas inéditas, musicas que farão parte do seu CD, o Show deste sábado foi o pre lançamento deste projeto que vem se desenvolvendo a bastante tempo. 
Glau Barros iniciou sua carreira profissional em 1990, foi backing vocal de Nei Lisboa, Papas na Língua e Nenhum de Nós, entre outros, Se considera uma cantora eclética pois transita por praticamente todos os estilos musicas, passando pelo Pop Rock, Jazz, MPB e Samba, e foi este gênero que de alguma forma se apropriou da artista e acabou prevalecendo... 
São 25 anos de carreira desde 2010/2011  Glau vem gravando os primeiros materiais para o CD e finalmente,  tudo se encaminha para que este seja lançado entre o segundo semestre deste ano e o primeiro de 2017. 
O CD tem a direção musical do cantor e compositor Gelson Oliveira que assina a faixa titulo deste trabalho de estreia da artista, "Escolha", serão 12 faixas , cinco delas já estão gravadas, onde o samba prevalece e  conta com musicas de grandes compositores gaúchos pois além de Gelson Oliveira conta com composições de Nelson Coelho de Castro, Zilah  Machado, Antonio Villeroy, Pamela Amaro e Edison Guerreiro sendo que quem esteve no Bar do Marinho teve a oportunidade de conferir em primeira mão estas interpretações. 

  
Creio que para um interprete gravar um CD, ter seu trabalho materialmente registrado é deixar um legado, é  um filho que vai perpetuar e dar continuidade a sua existência, é dar oportunidade para que sua arte ultrapasse alguns limites tanto de tempo como de espaço. É muito mais que um sonho realizado...
 No show de sábado Glau fugiu completamente do roteiro, se permitiu ir além das musicas tradicionais e as inéditas que estavam programadas simplesmente se deixou levar pela energia do publico presente e as musicas foram surgindo naturalmente, fez todos cantarem e dançarem com ela. Eu também me deixei levar pela energia daquele momento pois percebi que apenas as fotos não seriam capazes de mostrar aqueles momentos e me aventurei em algumas filmagens que provavelmente  terão oportunidade de assistir na fan page do blog.

  
Tem algumas musicas  que quando Glau canta, pelo menos eu me impressiono, canções que foram imortalizadas nas vozes de cantoras como Elis Regina e Clara Nunes ganham uma nova força, este dias comentei com  Glau que não sabia explicar exatamente, mas quando escuto na voz ela cantar uma musica que foi interpretada por uma destas duas cantoras a impressão que tenho é que elas estão no palco, presentes, é possível senti-las... é uma questão de sentimento, emoção e  energia.

                               
Todos os shows que assisti de Glau Barros são muito bons, além do talento musical,natural e único, ela tem um carisma e presença de palco impressionantes, a formação cênica, porque Glau também é uma grande atriz, nesta hora conta muito e da um toque especial e diferenciado a cada apresentação. No ultimo sábado Glau esteve acompanhada dos músicos, amigos e parceiros  Edu Moreira no violão  e Fernando Catatau na percussão o que só abrilhantou a apresentação.

O que tenho percebido em cada show que assisto de Glau Barros é que toda a pessoa que chega ao espetáculo de forma desavisada, ao acaso, sem conhecer o seu trabalho sai do show impressionada e encantada com o que viu e ouviu ...então, para quem ainda não conhece Glau Barros não perca tempo e procure conhecer, quem já conhece e acompanha, fique atento, logo virá o CD !!!