domingo, 24 de julho de 2016

Carmen canta Eliseth - Divinamente...


O Sindusom, projeto cultural voltado para a musica do Sinduscon, que sempre acontece na segunda quinta feira do mês, em julho teve como convidada a cantora Carmen Correa em uma homenagem a Eliseth Cardoso.
  
Confesso que quando vi o anuncio do show fiquei curiosa pois achei a combinação de vozes e estilos das duas muito diferentes e percebi que sairia algo inusitado e interessante. Não estava errada!
  
Carmen Correa esta gravando primeiro disco que deve sair ainda este ano e tem produção musical de Marcelo Fruet. Carmen faz parte da nova geração de artistas que vem se destacando no cenário musical local. Não tem um gênero definido, suas canções tem uma poesia livre de qualquer rotulo que fala muito das experiencias do dia a dia, o cotidiano é sua fonte de inspiração. do que acompanho o trabalho de Carmen, e dai se vão uns dois anos desde a primeira vez que a ouvi cantar se percebe muito mais uma pegada meio mistica e espiritualizada que te leva muito mais para dentro de si do que para fora...  Na minha percepção, quando escuto a voz de Carmen mesmo nas musicas mais fortes e tensas se mantem suave e equilibrada. Em outubro do ano passado, em um show muito intimista e informal vi os primeiros passos, por assim dizer, do disco que esta em fase final. No dia 09 de junho, dia em que Carmen completou 27 anos, aconteceu um novo show, um Chá de Disco, onde ela fez o pre lançamento deste trabalho que trás canções autorais com arranjos criados coletivamente ao longo da gravação das faixas. Carmen também integrou dois coletivos de compositores, o "Autoral Social Clube" e o "ESCUTA O Som da Cidade".
  
A homenageada Eliseth Cardoso ficou conhecida como "A Divina" e é considerada uma das maiores interpretes da musica brasileira, reverenciada pelo publico e critica nacional e internacional, Foi descoberta aos 16 anos por Jacob do Bandolim, impressionado com a voz da adolescente, que mesmo sem aula já era uma voz sem erros e resolveu convida-la para fazer um teste na Radio Guanabara, onde foi aprovada em primeiro lugar entre muitas candidatas, assim sua carreira deslanchou. Eliseth cantou choros e sambas mas se consagrou como uma das grandes interpretes do samba-canção ao lado de Maysa, Nora Ney, Dalva de Oliveira, Ângela Maria e Dolores Duran. O samba-canção era comparado com o bolero pela temática do amor romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado, também foi chamado de dor-de -cotovelo ou fossa. Este gênero antecedeu a bossa nova e Eliseth transitou confortavelmente dentro deles, em 1958 o LP Canção do Amor Demais foi considerado um marco para a inauguração do movimento da bossa nova pois trazia canções como Chega de Saudade, Luciana, As Praias deserta e Outra Vez.
 
Durante o show a historia de Eliseth Cardoso foi sendo contada por Carmen que possibilitava aqueles que não conheciam a cantora se aproximarem um pouco mais dela, pude perceber a dedicação e o empenho de Carmen em conhecer um estilo musical bem diferente do seu e a emoção com o resultado alcançado no final de cada musica, sentia um certo ar de surpresa vindo da propria Carmen em alguns momentos, posso estar errada, mas a sensação que eu tinha é que ela terminava algumas canções pensando: "Nossa! Consegui... realmente ficou linda!" 
  
É relativamente fácil uma pessoa se apresentar cantando um genero musical que lhe é familiar, achei muito corajoso da parte de Carmen ter aceitado este desafio de interpretar canções que foram sucesso com uma cantora de timbre e características tão diferentes da sua e de quem, pelo que percebi, ela não tinha muito conhecimento antes disso. Carmen me surpreendeu com o resultado do show, estava linda e cantou divinamente, não fez feio ao homenagear uma voz tão importante da musica brasileira.
       
    


 


 
























 














sábado, 9 de julho de 2016

A beleza do urbano em alguns clics...



Esta aberta para visitação na sala JB Scalco do Solar dos Câmara a exposição fotográfica URBANIDADES. 

Com a curadoria do experiente e talentoso fotografo Jorge Aguiar com o luxuoso auxilio dos também talentosos fotógrafos Zezé Carneiro na diagramação visual e Marcos Monteiro no planejamento gráfico, Claudio Macedo e Renata Machado mostram seu trabalho nesta bela exposição que ficará no Solar dos Câmara até dia 29 de julho. Como o próprio Jorge comenta, "fazer curadoria de arte é o processo de organização, cuidado e montagem de uma exposição artística, formada por um conjunto de obras de um ou de vários artistas, a partir da seleção prévia feita pelo curador, o trabalho de um curador atinge não apenas os "bens materiais" do mercado da arte, mas também possui um importante compromisso educacional na sociedade, agindo como um mediador cultural entre a arte e a população que visita às exposições. Esta ação também é conhecida por curadoria educativa".

Estive na abertura da exposição, dia 04/07 e fiquei muito impressionada com o que vi, o nome Urbanidades é perfeito e na particularidade do olhar de cada um dos   , na diferença dos cenários mostrados por cada um, as imagens "se conversam" de maneira natural e espontânea. São dois fotógrafos, duas capitais, dois olhares que se mesclam e interagem através dos clics que por assim dizer, imortalizam momentos do dia a dia. 
Claudio Macedo é de Porto Alegre/RS e Renata Machado de Belo Horizonte/MG é muito interessante ver como estes dois artistas, por que sim, afirmo aos mais incrédulos, fotografia é arte, cruzam informações e trocam experiencias através de imagens e não palavras, mostram as diferenças de costumes, as particularidades do dia a dia e ao mesmo tempo as semelhanças que existem entre as duas cidades. 




A fotografia de rua é um gênero apaixonante, muitas vezes vemos nestas fotografias aquilo que esta ao nosso lado e não percebemos, sobre o olhar do fotografo o que normalmente é invisível a nossos olhos ganha uma nova nuance, se torna particular e único. Todas as fotografias são em branco e preto, o que é um charme a parte nesta mostra, algumas imagens trazem uma força peculiar enquanto outras são de uma paz bucólica, todas muito bonitas e cheias de ternura.  Quem gosta de fotografia precisa visitar esta exposição e conhecer o trabalho destes dois fotógrafos podendo, inclusive, levar um dos trabalhos pra casa...


 Faço uma ultima observação, as fotos são tão bonitas, são dois fotógrafos tão talentosos que as fotografias que eu tirei durante a abertura não fazem jus a beleza da exposição contudo valem como registro do quanto esta mostra foi e deve continuar sendo prestigiada.