sexta-feira, 11 de março de 2016

Passaram 10 anos mas Ainda Há Tempo...

                                  



Achava que ao assistir o Criolo pela terceira vez ao vivo os sentimentos quanto ao show, a ele como artista e personalidade seriam menos intensos e as palavras fluiriam mais fácil...pois não foi assim.
           

Ano passado estive no Opinião e assisti o show do Criolo, escrevi um texto depois do show poderia reproduzi-lo aqui, neste momento e apenas acrescentar mais alguns comentários, algumas coisas se mantém:

 "De maneira inexplicável, quando Criolo entra no palco a atmosfera do ambiente muda, é possível sentir uma energia diferente no ar..."

" O homem é uma entidade!!! Sim, o show é um culto... em diversas ocasiões ele reverencia o ser humano personificado no publico ali presente e fala de respeito e amor ao próximo...literalmente "prega" que só o amor vai mudar o mundo..."

"No palco ele é totalmente místico, confesso que fiquei com muita vontade de conhece-lo, falar com ele e ver até que ponto o que vi no palco é encenação e performance cênica..

O Show que aconteceu semana passada foi o inicio da turnê Ainda Há Tempo, que acontece 10 anos depois do lançamento do álbum, quando Criolo ainda se apresentava com o nome de Criolo Doido. O CD conta com 22 duas faixas, sendo algumas delas bem curtas, quase como vinhetas. Este show segue com varias apresentações pelo Brasil e depois parte para Europa  onde já tem vários espetáculos marcados... e eu tive o privilegio de estar presente exatamente do primeiro show da turnê, onde tudo começa. 
  
Os dois shows desta turnê forma abertos, aqui em Porto Alegre pelo experiente e competente Piá, que mostrou seu talento aos presentes. O Show Ainda Há Tempo é bem diferente do show com banda completa que assisti ano passado, neste projeto Criolo volta ao formato clássico do hip hop, só com vozes, beats e scratches, o show traz novas interpretações pros raps de dez anos atrás, não é apenas um retorno saudosista do artista.  O CD Ainda Há Tempo foi lançado em 2006 e hoje é considerado de suma importância na história do rap brasileiro. Com um projeto cênico incrível, o cenário , uma paisagem móvel de tela de LED com engenhosas animações que acompanham o fluxo das canções e unem sensações auditivas e visuais. 
  
Confesso que estava muito ansiosa pelo inicio do Show,  e ver aquela pequena silueta se formando na tela de LED até chegar ao rosto de Criolo e depois ele no palco...comoção geral da plateia, e minha também (confesso, no dia seguinte estava sem voz). Continuo com a mesma opinião sobre Criolo, ele tem um carisma e presença de palco incríveis,é certo que o show foi bem diferente do primeiro que assisti, este me pareceu mais intimista, tinha um ritmo mais tranquilo que permitiu desfrutar mais cada musica de uma maneira mais profunda. O toque de espiritualidade se mantem, havia aquela comunhão entre ele e a plateia, podia senti-lo mais próximo, muito mais conectado com seu publico que mais uma vez  se mostrou ser do mais variado, gente de todas as idades e classes sociais...Viva a diversidade e o respeito, afinal somos todos iguais.
  
Só que esta vez, ao final do show esperei para tentar falar com ele,  consegui localizar o texto que escrevi ano passado, imprimi e levei pois queria entregar-lhe pessoalmente e mesmo que fosse por poucos minutos trocar algumas palavras com aquele personagem tão interessante e enigmático. Primeira surpresa, Criolo disse que receberia a todos que estavam esperando, a segunda surpresa foi que durante a espera tive oportunidade de conversar com aquela gurizada que estava ansiosa por estar perto do seu ídolo e foram momentos de troca de conhecimentos muito interessantes, aquele pessoal fez questão de me mostrar outros rappers que nem fazia ideia de que existiam, falavam emocionados sobre as letras das musicas. E chegou minha vez de entrar no camarim, Criolo,  e esta foi a grande surpresa, que na verdade, não me surpreendeu. Visivelmente cansado, atendia  cada uma das pessoas com respeito e carinho, não negou um sorriso, foto, autografo ou carinho.  Mantem fora do palco uma atitude de atenção e preocupação com o próximo, com seus iguais, ou seja, o discurso é o mesmo tanto dentro como fora do palco, ele não é um personagem, ele é gente, e gente que acredita no que faz...
  
Gostaria de ter consegui estar presente nos dois shows de Porto Alegre, não consegui, mas com certeza vou estar no próximo show que aconteça aqui, Criolo merece meu respeito e admiração não só pelo artista talentoso que é mas principalmente pelo ser humano que demostrou ser.

  



  

  
   


   

  

  

  





































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