Sexta, dia 11, a tarde estive no Salão de Atos da UFRGS para assistir a peca "Qual e diferença entre o Charme e o Funk?", a peça esteve em temporada em vários locais da cidade durante o ano de 2015 e que fez parte da Mostra de Teatro Pesquisa e Extensão (TPE) do DAD-UFRGS, mas sempre havia uma coisa ou outra e nunca ia assistir... exatamente no dia da entrega do Premio Açorianos de Teatro em que esta peça estava indicada em 5 categorias, foi finalmente o dia!
Depois de todos devidamente acomodados e de algumas palavras do diretor a peça tem inicio e já a primeira cena impressiona e arrepia pois realmente nos remete a ancestralidade africana. O texto é uma construção coletiva baseada nas memorias, vivencias e histórias contatadas e compiladas pelos próprios atores, encaixadas em um mosaico de verdades secretas, com relação a racismo, pobreza, identidade de gênero que gritam ao nosso redor e que a maioria das pessoas fingem não ouvir...
Não acredito que leis mudem alguma coisa de fato, apenas inibem alguns tipos de manifestações mas o preconceito a rejeição permanecem e podem, inclusive ficar ainda mais fortes, mesmo que latente, o importante mesmo é trabalhar as causas de todo e qualquer tipo de preconceito... que realmente as pessoas se vejam como seres humanos...como iguais...Utopia? Talvez... mas ainda prefiro sonhar e colocar meu grãozinho de areia para transformar essa utopia em realidade do que simplesmente desacreditar...
Mas voltando ao teatro... pois bem, quando os atores Bruno Cardoso, Bruno Fernandes, Camila Falcão, KyKy Rodrigues, Laura Lima e Silvana Rodrigues dirigidos por Thiago Pirajira, saíram do palco, depois de uma pequena conversa que aconteceu com eles e alguns convidados após a peça, voltei para casa e passei por momentos de grande reflexão. Hoje escrevo este texto, então... que mais posso dizer... Só posso parabenizar o trabalho grupo de atores e seu diretor pois cumpriram com seu papel de mexer com conceitos e causar uma reflexão ( pelo menos em mim - acredito não ter sido a unica)... Para aqueles que ainda não assistiram a peça só digo que fiquem atentos e assim que entrem em cartaz novamente estejam lá, não percam esta oportunidade...eu já assisti mas posso garantir que se houver novas apresentações, vou ir...
Nota: Dos cinco Açorianos que a peça concorria conquistou o Premio de Melhor Trilha, que por sinal é belíssima, muito bem escolhida e realizada ao vivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário